sábado, 22 de dezembro de 2012

- Fotos na estante



É como não querer sentir, mas não tem como evitar, pois borbulha, efervesce a mente racional. Inflama o coração sentimental , deixando aquela sensação de ainda doer. E por quê?

Muito prazer, me chamo saudade.

O coração acelera só em ver uma simples foto, senti um rodopio, um balançar nas pernas, uma falta de sentir o ar dele na boca.
Sentiu o corpo tremer, como se ele a tocasse nos ombros. Um arrepio na pele, fazendo levantar os pelos dos braços como se ele a abraçasse de tanta falta.

Muito prazer, me chamo saudade.

Num balanço calmo ela descansa, e seus olhos o ver nos cantos das paredes, ou quando é fim de tarde e ver os carros passando na avenida. Nessas horas dorme longe a lembrança.
Fecha os olhos e viaja. Teletransporta ao lado dele. Fica imbuída, envolvida achando estar agarrada aqueles longos braços fortes. E viaja quantas vezes quiser...

Rir de canto de boca, ao lembrar das bobagens compartilhadas. E aqueles apelidos bobos e melosos que só os dois sabiam, e o que foi vivido ficam ali guardado. Fechado. Lacrado. Ainda mais se toda essa estória foi saudável. O que nos resta é acreditar que há sempre uma forma de ficar tudo bem. De haver um alivio uma esperança, uma vontade.
 Muito prazer, me chamo saudade.
Trinta dias vão ir e eu nem fui ver...
É o avesso do esforço que eu faço. É cedo pra não lembrar que o plano era ser feliz.
E o olhar que eu guardo na lembrança...

Nenhum comentário: