sexta-feira, 11 de julho de 2014

- Pra gente se desprender






É, parece que você já foi,
E me deixou assim, sozinha.


É, parece que você já foi,

E esqueceu aquele chinelo ali no canto
E todos aqueles filmes ruins que nos fazia rir.

É, parece que você já foi,

E me tirou os seus trejeitos de viver,
e o resmungar de tudo e todos...
e seu jeito de ver pela janela o mundo de ponta cabeça.


É, parece que você já foi,
E me deixou sem saber a próxima nota.

E não sabe a dor que trás um dó.
E o lá ficou menor, o fá é tão fugaz .


É, parece que você se foi
Naquele barquinho azul,
e as ondas te puxam pra lá e pra cá,
E não tem ancora que te prenda em alto mar.









sábado, 5 de julho de 2014

- Au revoir, Mon Cher







Um choque veio dos fios a ponta dos pés. Descongelou um iceberg. Afundou uma plataforma inteira.
Debulhou, e escorreram pelo rosto.
Caiu do bolso, perdeu-se um botão. Afrouxou laço, desatou.
Engasgou com um, dois, três nós...
E cá entre nós quem diria que um singelo GOSTAR fosse se esvair assim, e o que dizer desses segundos que restam?

Gostar...
Um Gostar de estar.

Existe o Gostar de não perder,
                 de não se prender,
                 de querer o bem,
                 e de não querer o mal.

Gostar não sufoca,
            não deixa,
            não desiste,
E as vezes nem persiste.

Gostar da boca pra fora,
e que as vezes se sentia até dentro,
Tanto faz...
O que importa é saber gostar de alguma maneira.

E que maneira sutil e gentil foi essa?
Maneira essa que valeu. E se valeu apena mesmo
Goste-se.

E se é de lagrimas que eu faço o mar pra navegar, ergo essa ancora, aponto pr'um horizonte distante, sabendo que só levo saudade moreno, é tudo que vale apena.