Podia ter sido um dia normal como os outros. Dia de sol, os olhos se abrem com ajuda do despertador que toca uma musiqueta leve pra animar o dia bom ou ruim. Toma seu banho matinal, arruma-se, toma café sozinho na mesa vendo seus irmãos atrasados dizendo apenas “Tô saindo mãe”.
Termina ainda sozinha chega ao ponto de ônibus, senta-se, olha para o relógio teme chegar atrasada já que o ônibus não dá sinal de vinda. E quando chega, escolhe seu refugio, o canto, o paraíso, uma sombra, o seu local de pensamentos longe de “tudo” pelo menos é o que ela fingiu acreditar.
De olho num mundo que fica pequeno lá fora, passando entre as janelas, ver tudo correr assim como seu dia, sua vida, seus medos. –Transito para. Anda mais alguns metros perdidos e mal notados pela falta de atenção que ela perde em lembrar e lembrar.
E que mal de lembrança são essas que tomam conta de seus minutos, deixando-a área ao ponto de voar sem assas, de flutuar sem água. Esquentá-la em brasa. Prende-la em passos longos e tão poucos curtos que em meio há tantos anos e tantos outros, consegue se mantiver vivo.
Surpresas são boas até o ponto de vista de cada uma. Se quiseres um novo recomeço não se engane e não se deixe enganar. Mas também não fale o que sente ao vento, pois o vento leva e chego aos ouvidos dela de uma maneira que sem querer pode perturba-la. Talvez ela seja pequena demais pra você e não lhe cabe mais lhe cuidar...
Ninguém quer ter realmente alguém do lado. Amar ficou meio perdido entre linhas de velhos dicionários. Daquelas páginas de autoajuda que não ajudam em nada, complicam, confundem, te iludem de um mundo melhor e que na verdade só dá medo depois que acabamos a ultima folha do livro. Chegamos ao ponto de pensar “bem, é só isso que tendes a me dá?”. Ela queria ler no fim da página que tudo tava em paz, e não que por mais que tempo passe ele vai continuar ali...parado. Sem saber pra onde ir, qual rumo tomar. Ou ele pretende soltar palavras para tentar confundi-la mais uma vez de que nada muda, tudo permanece igual, afinal não há mais nada a fazer.
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